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O que é Alopecia Areata: apresentações clínica e diagnóstico

A Alopecia Areata (AA) é uma doença autoimune caracterizada pela perda de cabelo ou pelos do corpo. As manifestações clínicas da AA variam desde pequenas áreas arredondadas de perda de cabelo até o envolvimento difuso do couro cabeludo ou de todo o corpo.

A maioria dos pacientes com AA apresenta episódios imprevisíveis de recaídas e remissões.

A Alopecia Areata é classificada em três grupos a seguir de acordo com a gravidade e as áreas onde se observa queda de cabelo:

  1. Alopecia Areata em manchas: considerada a forma mais comum e identificada por círculos ou manchas ovais na cabeça ou em diferentes partes do corpo. Em adultos, também podem ser observadas manchas na barba ou na região pubiana e o tamanho e o número podem ser variáveis.

2. Alopecia Totalis: nesse caso, ocorre a perda de cabelos de forma total ou quase total. Entretanto, nesse caso apenas o couro cabeludo é afetado.

3. Alopecia Universalis: é a mais grave das duas anteriores porque a perda de cabelos é observada em todo o corpo, além da face e couro cabeludo.

A Alopecia Areata atinge tanto homens quanto mulheres, e também afeta todas as faixas etárias, embora aproximadamente 25% dos indivíduos sejam crianças.

A faixa etária em que a Alopecia Areata se apresenta é entre 4-5 anos e 15-40 anos, com maior prevalência entre 10 e 25 anos. No entanto, estudos recentes relatam que 1-2% dos indivíduos com menos de 2 anos e 21-24% com menos de 16 anos são afetados. A AA raramente ocorre em adultos com mais de 60 anos.

Fatores Ambientais

No que diz respeito ao meio ambiente, estudos sugerem que o estresse pode ser um dos fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da doença.

Estudos relataram que pelo menos 23% dos pacientes tiveram um evento emocional ou uma crise de identidade antes do início da doença.

Outros fatores, como infecções, toxinas e até mesmo alimentos, poderiam estar associados a processo de desregulação imunológica e, portanto, têm sido propostos como possíveis desencadeadores da doença.

Fatores imunológicos

Vários grupos de pesquisa relataram que a Alopecia Areata tem forte associação com doenças autoimunes, como o vitiligo.

Estima-se que um paciente com AA tenha probabilidade duas vezes maior de ter vitiligo do que a população geral, enquanto indivíduos que já apresentam vitiligo apresentam risco quatro vezes maior de desenvolver AA.

Além disso, os estudos demonstram que a Alopecia Areata é causada porque os pacientes desenvolvem anticorpos que afetam a estrutura dos seus próprios folículos capilares na fase anágena (que é a fase de crescimento dos cabelos), especificamente, os linfócitos T CD4+ e CD8+ infiltram-se no bulbo do folículo capilar. Além dos linfócitos citados, também podem estar envolvidos no desenvolvimento da doença as células natural killer, macrófagos, células de Langerhans e citocinas.

E esses ataques autoimunes acabam gerando:

  1. Processo inflamatório na periferia das manchas/falhas de cabelos;
  2. Alterações dos ciclos do folículo capilar;
  3. Inibição do crescimento dos cabelos.

Fatores genéticos

A influência da genética na alopecia areata pode ser observada através de estudos em famílias e em casos de gêmeos idênticos. Pesquisas demonstraram que a doença tende a ocorrer com maior frequência em indivíduos que possuem parentes de primeiro grau afetados. Isso sugere que há uma predisposição genética para o desenvolvimento da alopecia areata.

Estudos genéticos têm identificado várias variantes genéticas associadas à alopecia areata. Essas variantes estão relacionadas a genes envolvidos no sistema imunológico, o que sugere que a doença é desencadeada por uma resposta autoimune anormal.

No entanto, é importante ressaltar que a genética não é o único fator envolvido no desenvolvimento da alopecia areata. A doença é multifatorial, e fatores ambientais e imunológicos também desempenham um papel importante. Estresses físicos e emocionais, infecções virais, distúrbios da tireoide e certas condições autoimunes estão entre os fatores desencadeantes conhecidos da doença.

Diagnóstico

O diagnóstico da alopecia areata é geralmente feito por um tricologista com base nos sintomas apresentados e em um exame físico do couro cabeludo e dos pelos afetados. O profissional também pode considerar o histórico médico do paciente e realizar algumas investigações adicionais para descartar outras condições que possam causar a queda de cabelo.

Durante o exame físico, o tricologista procurará por áreas distintas de perda de cabelo que tem uma aparência característica da alopecia areata. E também, utilizará um aparelho chamado tricoscópio o qual aumenta a imagem da área em mais de 200x, e com base nessas imagens o profissional experiente consegue identificar as características da Alopecia Areata.

É importante mencionar que o diagnóstico da alopecia areata é principalmente clínico, baseado nos sintomas e características visuais da doença. Não existem exames de laboratório específicos para confirmar o diagnóstico. No entanto, em alguns casos, o tricologista pode solicitar exames de sangue para verificar a função da tireoide ou procurar marcadores de doenças autoimunes, uma vez que essas condições podem estar associadas à alopecia areata.

Caso você esteja apresentando sintomas de queda de cabelo, é recomendável buscar um tricologista para uma avaliação adequada e um diagnóstico preciso.

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