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Baricitinibe: novo medicamento aprovado pela ANVISA no tratamento da Alopecia Areata

Alopecia areata é uma condição dermatológica que provoca a perda de cabelo em áreas específicas do couro cabeludo ou do corpo. Ela ocorre quando o sistema imunológico ataca erroneamente os folículos capilares, interrompendo o ciclo de crescimento do cabelo. Esta condição pode afetar pessoas de todas as idades, causando desconforto emocional e impacto na autoestima.

As áreas alopécicas da Alopecia Areata são caracterizadas pela ausência de pelos, porém a pele não apresenta alterações.

Entre as variantes clínicas, a Alopecia Areata em placas é a mais comum, formada por uma ou múltiplas áreas alopécicas no couro cabeludo; além desta, observam-se outras formas clínicas, como a AA Total, que cursa com a perda de fios em toda a extensão do couro cabeludo e a AA Universal, com perda generalizada de fios em todo o corpo.

Novo medicamento

Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) autorizou o uso do medicamento baricitinibe para o tratamento da alopecia areata. O baricitinibe é um inibidor da Janus-kinase (JAK) que atua modulando a resposta imunológica do organismo. Sua aprovação para o tratamento da alopecia areata representa um avanço significativo, pois oferece uma nova opção terapêutica para pacientes que sofrem com essa condição e não tiveram resultados satisfatórios com outros tratamentos.

Janus-Kinase (JAK) é um receptor tirosina Kinase que regula uma série de vias de sinalização de receptores de citocinas, de modo que seus inibidores têm sido aplicados no tratamento de várias doenças inflamatórias crônicas.

Estudos clínicos demonstraram a eficácia desses fármacos em doenças inflamatórias da pele, como psoríase e dermatite atópica. Os inibidores da JAK têm como resultado esperado não apenas a supressão inflamatória às células imunes, mas a sua efetividade também se baseia no reforço da barreira de proteção da pele, demonstrada em modelos animais com dermatite atópica e dermatite de contato.

A eficácia terapêutica dos inibidores de JAK se baseia no seu potente mecanismo de ação explicitado pelas suas atividades antiinflamatórias amplas e de baixa especificidade. Esse caráter antiinflamatório resulta da capacidade dos inibidores de JAK de bloquear diversas vias de sinalização utilizadas por citocinas tipo I e tipo II, reduzindo o número e a atividade de células T (que são células de defesa do nosso corpo), de células dendríticas e de células NK, além da supressão da ativação de macrófagos.

Atualmente sabemos que as células T de memória CD8+ e NKG2D+ estão envolvidas na mediação do desenvolvimento da Alopecia Areata, em parte pela via de sinalização da Janus Kinase, o que respalda o tratamento da AA com os inibidores da JAK.

Efeitos Colaterais

O efeito colateral mais comumente associado aos inibidores de JAK foi o risco aumentado de infecções. Outros efeitos que se destacam são o risco aumentado de eventos tromboembólicos, além de alterações laboratoriais como elevação das enzimas hepáticas, da lipidemia e dos níveis de creatina fosfoquinase.

Conclusão

A autorização da ANVISA para o uso do baricitinibe no tratamento da alopecia areata é baseada em estudos clínicos que demonstraram a eficácia e segurança do medicamento para essa condição específica. A decisão da agência reguladora representa um passo importante para oferecer novas alternativas terapêuticas aos pacientes que enfrentam os desafios da alopecia areata.

A autorização do baricitinibe para o tratamento da alopecia areata representa uma esperança para os pacientes que lidam com essa condição, proporcionando uma nova abordagem terapêutica que pode contribuir para o restabelecimento da saúde capilar e o bem-estar emocional.

No entanto, como qualquer medicamento, o baricitinibe pode apresentar efeitos colaterais, tais como aumento do risco de infecções, elevação das enzimas hepáticas, além de reações alérgicas e outros efeitos adversos. Portanto, é essencial que o tratamento seja prescrito e acompanhado por um profissional especialista, que poderá avaliar os riscos e benefícios individuais de cada paciente.

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